quinta-feira, 23 de abril de 2009

Primeira entrevista

A primeira aula do módulo jornal foi há 3 semanas. Os professores foram nos perguntando de qual editoria queríamos fazer parte. No início, eu queria escrever sobre cultura. É um assunto que tenho certo domínio. Com a ajuda dos professores, fui moldando minha ideia e percebi que é muito mais interessante, para meu aprendizado e como estudante de jornalismo, escrever sobre um assunto que não domino. Assim, posso estudar sobre ele, me aperfeiçoar , aprender mais e mais. Resolvi escolher na editoria de economia. Fui a primeira a fazer isso, criei coragem e coloquei meu nome na lista. Não entendo nada sobre esse assunto, mas sempre tive muita curiosidade de saber um pouco mais do que os outros para poder ensinar-lhes a respeito. No início foi uma dificuldade, porque a economia é muito chata e complexa.
Na minha editoria fiquei encarregada da entrevista. Como participei do Fórum da Liberdade e assisti a premiação do economista Rodrigo Constantino, resolvi entrevistá-lo por email, pois ele mora no Rio de Janeiro.
Pesquisei na Internet sobre o tema principal da matéria, a crise econômica mundial, para me ajudar na elaboração das perguntas. Cheguei à conclusão que não foi tão complexo assim, só um pouquinho xarope! =D
Gostei das minhas perguntas, não tive dificuldade de fazê-las.

Making of da reportagem: parte III

Achar a foto foi um pequeno problema: ela tinha que ser livre de direitos autorais. Eu pensei em conseguir uma foto de uma plantação de arroz, mas como eu conseguiria bater uma foto disso no meio de Porto Alegre? Minha irmã, expert quando o assunto é fotografia, me mostrou um site muito interessante, o GettyImages, onde eu achei uma bonita foto de um ramo de arroz livre de direitos autorais. Pena que a imagem era muito pequena e não pôde ser usada na matéria, mas valeu a intenção da minha irmã.
O professor Fabian me ajudou a resolver o problema: através do site stock.xchng ele conseguiu achar uma foto, dessa vez grande, de um ramo de arroz em close, que vai ser usada na matéria. Feito isso, é hora de começar a editar o que escrevi. Foi assim que fui feliz contar os caracteres da minha matéria e tive uma surpresa: mais de sete mil, quando eu teria, na melhor das hipóteses, uns três mil e oitocentos. Cortar a sua própria reportagem é uma tarefa ingrata, mas se alguém tem que fazê-lo, melhor que seja eu. Reli tudo sob o olhar de um leitor comum, pensando o que seria essencial para a compreensão do assunto e o que era só enrolação, sem me deixar apegar a nenhuma parte. Fazendo isso, eu consegui reduzir a matéria para uns 3.900 caracteres. Agora estou negociando com as minhas colegas de editoria a página com mais espaço. Caso não a consiga, vou ter que cortar mais ainda a minha matéria, até chegar a míseros dois mil caracteres. Mas espero que não. Posto assim que decidir esse problema.

Making of da reportagem: parte II

Não havia uma editoria de Meio-Ambiente, então fiquei na Geral. As minhas colegas de editoria gostaram da minha pauta e concordaram em me dar uma página inteira das três que poderíamos ocupar. Então comecei a trabalhar: fui na internet pesquisar sobre o assunto. Ao fazer isso, descobri que o CTNBio, orgão responsável por liberar ou não transgênicos no país, havia feito uma audiência pública para a população civil se manifestar sobre a liberação, e a maioria não apoiou o arroz transgênico. Como consequência, a CTNBio adiou a votação que permitiria ou não a plantação do arroz no Brasil. Obviamente não poderia deixar de falar sobre isso na minha reportagem, então mudei ligeiramente o foco: agora o mote principal seria "por que a população disse não ao arroz transgênico?". Feito isso, abri o Bloco de Notas do Windows e fui colhendo as informações principais que encontrei na internet. Tive a ideia de entrevistar a minha "ex-chefa" do Greenpeace, a Tânia Pires, então já fui preparando as perguntas também. Por fim, montei um box com informações gerais sobre transgênicos, que irá no canto da página da minha reportagem. Como é um assunto que as pessoas desconhecem, achei que era meu dever explicar sobre a transgenia em geral.
No fim, consegui fazer a entrevista com a Tânia via Skype, montei a matéria e já a apresentei ao professor Pellanda, que a aprovou. Só faltou a entrevista com a professora de Biologia. No fim, não tive coragem de ir lá confrontá-la. Eu já tinha todas as informações necessárias para a matéria, achei que ir entrevistá-la e bater de frente com as ideias dela não era tão necessário. Mas um dia eu vou ter que fazer algo assim. Jornalismo também é criar polêmica.

domingo, 19 de abril de 2009

Making of da reportagem: parte I

Os professores passaram um trabalho muito legal para a turma fazer: transformaram-na numa redação de jornal, dividida em editorias, onde cada pessoa é responsável por uma reportagem. A experiência é incrível. Eu entrei para o jornalismo por causa da pluralidade de opções de trabalho dentro da área, mas uma coisa que eu não me via fazendo era justamente trabalhando numa redação de jornal. Os próprios professores não cansam de dizer que é muito difícil achar emprego numa redação e que o jornalismo está cheio de outras opções, então eu sempre pensei que trabalharia em alguma outra coisa. Mas devo dizer que desde que comecei a faculdade venho gostando cada vez mais dessa história de ser repórter. É muito mais legal do que pensei.
Bom, como eu havia dito, a turma foi dividida em editorias. A princípio cada um podia escolher a sua, desde que não passasse de seis pessoas por editoria. Eu fiquei tentado a escolher Cultura, porque era a mais divertida na minha opinião, mas desde muito tempo venho pensando em escrever algo sobre o arroz transgênico. Deixe-me explicar: fui voluntário do Greenpeace por pouco menos de um ano, e durante o tempo em que fiquei lá a campanha que mais trabalhamos foi a de Transgênicos. Ao contrário de campanhas como a preservação da Amazônia e contra o aquecimento global, que são meio que consensos, o uso de transgênicos é algo muito polêmico justamente por não haver unanimidade. Mas o maior problema é a falta de informações que a população tem sobre o assunto. Eu mesmo sabia muito pouco quando entrei para o Greenpeace, mas tive que aprender rápido para poder trabalhar com a campanha.
Uma das coisas que eu aprendi foi que transgênicos, ao contrário do que todo mundo pensa, são resistentes a agrotóxicos, e não a pragas. O que mata as pragas são os agrotóxicos que os transgênicos aguentam e as plantas normais não. A maior parte das pessoas pensa que não é assim, e com um bom motivo: elas são ensinadas errado. Lembro de uma aula de Biologia no cursinho em que a professora disse com todas as palavras que os transgênicos eram resistentes a pragas. Ela, uma professora, passando uma informação enganosa aos alunos! Eu pensei em me manifestar, mas não tive coragem. Em quem os alunos iriam acreditar: em mim ou na professora de Biologia? Não me considero juiz de tudo para dizer que os transgênicos são bons ou maus, mas existem verdades e existem mentiras, e o que ela disse foi uma mentira. Uma mentira que, sendo ela mestra em assuntos biológicos, passa por verdade incontestável. Comecei a pensar porque será que ela disse aquilo. Certamente ela saberia corretamente uma informação tão básica. Trabalharia ela para as empresas de transgênicos, disseminando informações falsas para propagandear o produto? Pode ser viagem minha, mas sei lá. Só sei que fiquei indignado com aquilo.
Um dia desses eu estava na Redenção e encontrei a barraca do Greenpeace. Fui lá cumprimentar meus velhos colegas e peguei um panfleto sobre o arroz transgênico, que estava para ser aprovado no Brasil. Quando li aquilo, me deu uma vontade de fazer uma matéria sobre o assunto, mesmo que fosse só para treinar. Já estava arquitetando a minha matéria: iria no cursinho onde estudei e pediria para entrevistar aquela professora. Colocaria ela contra a parede: afinal, os transgênicos são resistentes a pragas ou não? Se ela respondesse que não, eu diria "ah é? mas como é que nas suas aulas você diz o contrário?". Agora eu não sou mais o aluno: eu sou o jornalista, eu é que tenho a credibilidade.
Então obviamente uni o útil ao agradável e escolhi essa pauta para a minha reportagem. Como fiz ela? Veja no próximo post!

sábado, 4 de abril de 2009

Até quando jornal impresso?


Uma pergunta sem repostas imediatas claras. O futuro dos jornais está ameaçado.Os motivos são vários. Entre eles:

· Os donos administram mal suas empresas;
· A internet é mais interessante, “mexe” mais com a cabeça dos leitores do que os tradicionais impressos;
· Leitores de jornais reclamam de constantes erros de ortografia, que a tinta mancha as mãos, do excesso de páginas, etc;
· Nossos jornais são caros;
· Contratam profissionais muito jovens, sendo que os mais velhos têm mais experiência;
· Os textos jornalísticos tem de surpreender os seus leitores.

Parece que nada disso que citei afeta os responsáveis por esses problemas. Segundo Ricardo Noblat, autor do livro “A arte de fazer um jornal diário”, “(...) o medo de mudar é maior do que o medo de conservar algo que se desmancha no ar.” “Um jornal é ou deveria ser um espelho da consciência crítica de uma comunidade em determinado espaço de tempo.”